Considerei o ano
de 2017 como um ano de autodescoberta. Ora, este ano apercebi-me que, afinal,
ainda há muito para descobrir, em mim e no mundo, de uma forma mais geral.
2018 foi, para
mim, um ano bastante atribulado, cheio de novas experiências, algumas boas,
outras más. Foi um ano onde as minhas emoções foram levadas ao extremo. Ri e
sorri muito, chorei muito, tive momentos que considero os mais felizes da minha
vida, tive os piores momentos da minha vida. Posso considerar que este ano foi
uma montanha russa daquelas que sobem e sobem e depois fazem descidas muito
radicais.
O meu ano
começou a subir na montanha russa. Fui feliz. Fui bastante feliz. Tive
experiências que nunca antes tinha tido e momentos que se transformaram em
memórias felizes. Tive um amor recíproco que culminou numa relação repleta de
amor, carinhos, ensinamentos e muitas aprendizagens. Tudo isto foi novo para
mim, o que, por um lado, foi bom e, por outro, foi mau. Experimentei novas
sensações e soube, pela primeira vez, o que era ser amada pela pessoa que nós
mais amamos, que é uma coisa tão, tão boa! Mas eu estava a viver tudo isto pela
primeira vez e então por vezes senti-me como um turista num país estrangeiro
sem qualquer mapa ou guia turístico e sem saber falar a língua local. Senti-me
perdida, confusa e sem saber o que fazer em determinadas situações, o que levou
a que, por vezes, agisse de maneira errada e sempre inconsciente de que estava
a errar. Enfim, apesar dos momentos maus, que também fazem parte, esta relação
foi das melhores coisas que já me aconteceram e foi graças a ela que criei
memórias que nunca irei esquecer.
Avançando na
montanha russa, já para perto do meio do ano, ela estagnou lá no cimo, já assim
a virar para baixo, pronta para a descida. De um modo geral, as coisas estavam
boas. Tirando a leve ansiedade por causa dos exames, tudo estava bem. Ou assim
o achava eu. Na verdade, eu não estava realmente bem. Comecei a ter uma espécie
de crises de choro incontrolável que chegavam a durar 1h ou até mais e que vinham
acompanhadas com um sentimento de solidão, de insegurança, de culpa e de uma
falta de autoestima enorme. Não aconteciam todos os dias, o que me levou a
desvalorizar a situação. No entanto, em junho, na minha primeira crise desse
mês, eu decidi apontar no meu telemóvel os dias em que eu estava mal. 2, 5, 7, 8,
11, 12, 20, 21, 27 e 29, foram estes os dias do mês do junho em que eu chorei
baba e ranho e senti-me a pior pessoa do mundo. Se isto é normal? Não,
definitivamente. Se eu achava que isto não era nada demais e que ia passar
assim sem mais nem menos? Sim, eu achava isso. Acontece que eu estava
totalmente enganada, mas só em agosto me apercebi disso.
E então a
montanha russa começou a descer. Os meus três meses de férias foram ótimos em
alguns aspetos e péssimos noutros. Tive dias que numa escala de 0-100 sou capaz
de avaliar em 101, mas tive outros que se puder avalio em menos de 0.
Chegando a
setembro, as coisas não melhoraram, de todo. As férias acabaram e eu estava prestes
a entrar no último ano de secundário, o que ainda hoje não me deixa feliz (sou
a única que não está ansiosa pelos 18 anos e se pudesse ficava mais uns 3 ou 4
anos no secundário?), as minhas crises continuavam a existir e, para além
disto, o meu relacionamento, que eu achava que ia durar para sempre, terminou,
e eu ainda não consegui superar isso. De setembro deste ano a única coisa boa
que retiro foi ter começado a ser seguida por uma psicóloga. Sem dúvida das
melhores coisas que fiz na vida. Só me arrependo de não ter ido mais cedo, mas
como eu já disse, eu achava que eu não tinha um problema.
Nos restantes
três meses do ano, a montanha russa desceu. Tive dias em que ela subiu
ligeiramente, mas, de um modo geral, as coisas não melhoraram. Resumindo, posso
dizer que os últimos quatro meses deste ano foram os piores meses da minha
vida. Nunca na minha vida chorei tanto (salvo talvez em bebé) e nunca me senti
tão mal comigo mesma como nestes últimos meses do ano. Talvez dezembro tenha
sido o melhor mês destes quatro que referi. Foi neste mês que tomei a decisão
de voltar ao blog (e estou muito contente por isso!), foi um mês calmo a nível
escolar, estive mais perto das pessoas que amo e que me fazem sentir bem e estou
a tentar, aos poucos, mudar a forma como vejo a vida e como encaro as
adversidades que nela aparecem. E houve o natal, que não podia ter sido melhor,
passado junto da minha família e repleto de alegrias e boa comida (não podia
pedir mais).
Chego ao fim e
posso concluir que 2018 foi, sem dúvida, um ano desafiante! Um ano que me fez
perceber que dentro de nós há um mundo inteiro por desvendar, que não devemos
deixar arrastar os problemas e que nós nunca conhecemos verdadeiramente as
pessoas que estão à nossa volta nem os problemas pelos quais elas têm de lidar.
Por isso, estejam sempre atentos a vocês mesmos, ao vosso corpo e à vossa mente
e não tenham medo de descobrir vosso interior. Sejam sempre gentis com as
pessoas que vos rodeiam e invadam os outros com o vosso amor, que é a melhor
coisa que vocês têm para oferecer!
Espero que o
vosso 2019 (e o meu) seja repleto de felicidade, amor, sorrisos, comida boa,
abraços aconchegantes e momentos inesquecíveis!
Sem comentários :
Enviar um comentário